PMs fazem cota para manutenção de Cicoms em Manaus; MP apura irregularidades

Policiais militares enfrentam problemas estruturais nos quartéis de Manaus, denunciam à Rede Amazônica

A atuação dos policiais militares em Manaus tem sido afetada pela falta de investimentos na manutenção e reparos dos quartéis da corporação na cidade. A denúncia foi feita pelos próprios agentes à Rede Amazônica e chamou a atenção do Ministério Público do Amazonas (MPAM), que instaurou um inquérito para investigar as irregularidades.

O MPAM identificou graves problemas estruturais em pelo menos 11 dos 30 prédios das Companhias Interativas Comunitárias (Cicoms), alguns deles chegando a impedir o uso do local pelos policiais. Diante dessa situação, muitos agentes têm sido obrigados a utilizar recursos do próprio bolso para garantir o funcionamento das unidades.

Falta de investimentos e precariedade nas instalações

As condições dos quartéis são preocupantes. No prédio da 11ª Cicom, localizado no bairro Coroado, Zona Leste, parte de um muro lateral desabou, o esgoto corre a céu aberto no estacionamento e a fiação está exposta em diversos pontos, onde aparelhos de ar-condicionado parecem ter sido retirados. Segundo relatório do MPAM, existe risco de desabamento no prédio.

Outro exemplo é a 26ª Cicom, no bairro de Santa Etelvina, onde a caixa d'água apresenta sinais de perfuração, ferrugem e acumulação de sujeira. O muro possui várias rachaduras e as telhas estão soltas. Já na 27ª Cicom, localizada no bairro Novo Aleixo, há evidências de infiltração abaixo do telhado e até mesmo buracos nas paredes.

Cotas para manutenção e falta de limpeza

Além dos problemas estruturais, os policiais também relatam a necessidade de fazer cotas para arcar com os custos de reparos e manutenção dos quartéis. Muitos agentes têm tirado dinheiro do próprio bolso para garantir o funcionamento das unidades, demonstrando um descaso por parte do governo estadual em relação à segurança pública.

Outra questão levantada diz respeito à falta de limpeza das caixas d'água nos quartéis. Segundo um dos agentes, a água está contaminada por pombos, o que coloca em risco a saúde dos policiais que utilizam o local.

Resposta do governo e reivindicações

Diante das denúncias, o Governo do Amazonas informou que está estudando a possibilidade de reformar as unidades e se colocou à disposição do MPAM para prestar esclarecimentos. No entanto, a Associação dos Praças e Bombeiros Militares do Amazonas espera que as irregularidades sejam resolvidas e pede mais sensibilidade por parte da administração pública na hora de definir os investimentos na segurança.

Conclusão

A situação dos quartéis da Polícia Militar de Manaus é alarmante. A falta de investimentos na manutenção e reparos das unidades compromete a atuação dos agentes e põe em risco a segurança pública. É fundamental que o governo estadual priorize a segurança e destine recursos adequados para garantir condições dignas de trabalho para os policiais militares. A população também precisa estar ciente desses problemas estruturais, para que possa exigir ações e cobrar melhorias.